Nota do Autor: “Originalmente eu postei esse artigo (6 Verdades Chocantes que Vão Fazer de Você Uma Pessoa Melhor) em Dezembro de 2012, e até o momento ele teve mais de 20 milhões de visualizações e foi compartilhado no Facebook mais de meio milhão de vezes. Decidimos atualizar e repostar o artigo todo ano, e quando digo atualizar, significa que só trocamos o ano na introdução.” — David Wongil
Nota de Tradução: Essa é uma tradução do artigo 6 Harsh Truths That Will Make You a Better Person do escritor e comediante David Wong. Como este também é o primeiro conteúdo da wLab, gostaria de começar por ele, pois essa leitura transformou o meu modo de pensar e realmente é um “tapa na cara” para você acordar para a vida e tomar uma atitude de dar o primeiro passo. Só uma dica antes de começarmos, leia o raciocínio completo antes de criticá-lo. Esse texto é recheado de humor e até mesmo pontos polêmicos, porém raciocínios controversos nos fazem pensar. Então vamos lá!
6 Verdades Chocantes que Vão Fazer de Você Uma Pessoa Melhor
Fique a vontade para parar de ler isso se a sua carreira está indo muito bem, se você está super satisfeito com a sua vida e está super feliz com os seus relacionamentos.
Para o resto de vocês, eu quero propor uma coisa: listem cinco coisas impressionantes sobre você. Escreva ou apenas diga em voz alta. Mas aqui está a pegadinha: não é permitido que você liste qualquer “qualidade” sua (Exemplo: eu sou um cara legal, sou honesto), ao invés disso você somente pode listar coisas que você faz (isto é, eu ganhei um campeonato de xadrez, eu faço o melhor bolo de chocolate). Se você achar isso difícil, bem, este artigo é para você, e você vai odiar ler todas as coisas aqui!
Minha única defesa é que isso é o que eu desejaria que alguém me dissesse quando eu era mais jovem.
6. O Mundo Só Se Importa Com o Que Você Tem a Oferecer
Digamos que a pessoa que você ame acabou de ser baleada. Ele ou ela está agonizando na rua, sangrando e chorando. Um cara aparece do nada e diz, “Afastem-se”. Ele observa o ferimento de bala em sua amada e puxa um canivete: ele vai operá-la ali mesmo na rua.
“OK, quem é doente aqui?”
Você pergunta: “Vocé é médico”?
O cara diz: “Não”.
Você diz: “Mas você sabe o que está fazendo, certo? Você é um médico aposentado, ou…”
Nesta hora o cara parece incomodado. Ele diz a você que é um cara legal, honesto, que nunca se atrasou para nada. Ele diz que é um grande filho e tem uma vida cheia de hobbies saudáveis, e ele se gaba de nunca ter falado palavrão na vida.
Confuso, você diz: “Como diabos qualquer dessas coisas importam quando minha (mulher/esposa/mãe/melhor amiga) está morrendo aqui, sangrando? Eu preciso de alguém que saiba como operar ferimentos de bala! Você pode fazer isso ou não?!”
Agora o homem fica agitado: por que você está sendo tão superficial e egoísta? Você não se importa com nenhuma das outras qualidades dele! Você não o ouviu dizendo que ele sempre se lembra do aniversário da namorada? Mesmo sabendo de tudo isso sobre ele, realmente a única coisa a qual você se importa é se ele sabe como fazer um cirurgia?
Naquele momento de pânico, você irá sacudi-lo com suas mãos ensanguentadas, berrando: Sim, estou dizendo que nenhuma dessas merdas importam, porque nesta situação específica, eu preciso somente de alguém que possa parar o sangramento, seu maluco desgraçado filho-da-mãe!!!!
“Eu não entendi. Irá ajudar se eu colocar um jaleco? Espere um minuto, deixe eu só pegar um aqui…”
Então aqui está minha terrível verdade sobre o mundo adulto: você está nesta situação todo santo dia. Só que você é o cara confuso com o canivete na mão. A sociedade inteira é a vítima sangrando no chão.
Se você quer saber por que a sociedade parece te desprezar ou por que você não consegue ter o respeito dela. É bem simples! É porque a sociedade está cheia de pessoas que precisam de coisas. Elas precisam que suas casas sejam construídas, de comida para comer, entretenimento, de relações sexuais prazerosas. Você chegou no local do acidente, segurando seu canivete, só porque você nasceu — no momento em que você veio ao mundo, você começou a fazer parte do sistema projetado exclusivamente para atender as necessidades das pessoas.
“Aqui está a porcaria que você pediu. Agora caia fora!”
Ou você encara a tarefa de suprir essas necessidades aprendendo um conjunto de habilidades específicas ou o mundo irá rejeitar você. Não importa o quanto gentil, generoso ou educado você seja. Você será pobre, sozinho e indesejável.
Isto parece ser mau, grosseiro ou materialista? E o amor e gentileza? Essas coisas não importam? É claro. Desde que elas resultem em você fazendo coisas para as pessoas que elas não consigam em outro lugar. Veja só…
5. Os hippies estavam errados
Aqui vai uma das maiores cenas da história do cinema (AVISO: LINGUAGEM EXTREMAMENTE DIRETA):
Para aqueles que não conseguem assistir ao vídeo, o vídeo trata-se do famoso discurso que Alec Baldwin dá no clássico do cinema “Sucesso a qualquer preço”. O personagem de Baldwin – que supõe-se que seja o vilão – chega em uma sala cheia de caras, de uma maneira bem agressiva, dizendo-lhes que serão demitidos se não fecharem as vendas que receberam.
“Um cara legal? Estou nem aí. Bom pai? Foda-se! Vá para a casa e brinque com seus filhos. Se você quer trabalhar aqui, venda“.
É brutal, rude e beira a sociopatia, mas também é uma manifestação honesta e precisa do que o mundo está esperando de você. A diferença é que, no mundo real, as pessoas consideram errado falar com você dessa forma então elas decidiram que é melhor simplesmente deixar que você continue falhando.
“Crianças, bem-vindos à aula de artes do Sr. Baldwin, todos estão aqui? Bem, vou começar mesmo assim.”
Esta cena mudou a minha vida. Eu colocaria esse discurso como meu despertador se eu soubesse como fazer isso. Alec Baldwin foi indicado ao Oscar por esse filme e essa é a única cena em que ele está. Como algumas pessoas inteligentes demonstraram, o mais genial deste discurso é que metade das pessoas que o assistiram acham que o objetivo da cena é: “Nossa, como deve ser ter um chefe tão babaca?” e a outra metade diz: “Foda, vamos sair e fazer boas vendas!”.
Por exemplo, algumas pessoas querem responder à esse discurso com a frase de Tyler Durden do filme Clube da Luta: “Você não é seu emprego!”.
Mas, bem, na verdade você é. Seu “emprego” e sua formação profissional podem não ser a mesma coisa, mas em ambos os casos você não é nada mais que a soma de todas as suas habilidades úteis. Por exemplo, ser uma boa mãe é um trabalho que requer uma habilidade. É algo que uma pessoa pode fazer que é útil para outros membros da sociedade. Não entenda mal. Seu “trabalho” é a coisa útil que você faz para outras pessoas, é tudo que você é.
Há uma razão de porque os cirurgiões ganhem mais respeito que os escritores de comédia. Há uma razão para que mecânicos ganhem mais respeito que hippies desempregados. Há uma razão para que seu emprego tornar-se seu rótulo se sua morte gera a notícia (O dono da Yoki morre em um assassinato/homicídio.). Tyler disse, “Você não é seu emprego”, mas ele também fundou e dirigiu uma companhia de sabão de sucesso e tornou-se o chefe de um movimento social e político internacional. Ele era, completamente, o trabalho dele.
Ou pense dessa forma: Lembra quando o Islandês transmitiu ao vivo um sanduíche do Mc Donalds que não apodrecia há 10 anos? E como, apesar da polêmica, a companhia continuou a vender milhões de sanduíches todo dia. Não é porque o país concorda com eles, é porque eles fazem seu trabalho de fazer sanduíches deliciosos muito bem. E isso é tudo que importa.
Você não precisa gostar disso. Eu não gosto quando chove no meu aniversário. As nuvens se formam e a precipitação acontece. As pessoas têm necessidades e então dão valor às pessoas que os satisfazem. Este é o simples funcionamento do universo e eles não respondem aos nossos desejos.
“Isto é bobagem. Eu tenho um ficha criminal limpa, e esse é o prêmio que recebo?”
Se você protesta que você não é um capitalista egoísta materialista e que você discorda que o dinheiro é tudo, eu só posso dizer: Quem disse alguma coisa sobre dinheiro? Você não está entendendo o ponto chave.
4. O que você produz não tem a ver com ganhar dinheiro, mas tem a ver com beneficiar pessoas
Vamos tentar usar um exemplo sem o uso de dinheiro para que você não fique pensando nisso. Este site (do artigo original, Cracked) escreve para, em média, homens de 20 e poucos anos.
Então na nossa caixa de entrada eu leio várias histórias por ano de caras miseráveis e solitários que insistem que aquela mulher não dá mole para eles apesar deles serem os caras mais legais do mundo. Eu posso explicar porque este raciocínio está errado, mas provavelmente é melhor deixar o Alec Baldwin explicar:
Neste caso, Baldwin está interpretando o papel da mulher atraente em sua vida. Elas não vão ser tão claras quanto ele, a sociedade nos treinou para não sermos honestos uns com os outros, mas a verdade é a mesma: “Cara legal”, quem se importa? Se você quer trabalhar aqui, venda!
Então, o que você tem para mostrar? O que você tem para oferecer? Aquela garota da livraria que parece a Bruna Marquezine, passa hidratante no rosto toda noite e se sente culpada quando come qualquer coisa que não seja salada no almoço. Ela será uma cirurgiã em 10 anos. E o que você faz? O que você tem para oferecer?
“Então você está me dizendo que eu não consigo pegar garotas como ela a não ser que tenha um bom emprego e muito dinheiro?”
Não. Seu cérebro vai direto para essa conclusão para que você tenha uma desculpa para tudo que lhe rejeita pensando que eles estão sendo somente egoístas e superficiais. Estou perguntando: o que você tem a oferecer? Você é inteligente? Engraçado? Interessante? Talentoso? Ambicioso? Criativo? Ok, agora o que você faz para demonstrar esses atributos para o mundo? Não diga que você é um cara legal. Esse é o mínimo que você tem que ser. Garotas bonitas tem caras sendo legais com elas 36 vezes ao dia. O paciente está sangrando na rua. Você sabe como operá-lo ou não?
“Bem, eu não sou sexista ou racista ou ganancioso ou superficial ou mal-educado! Não sou igual aqueles otários!”
Desculpe-me, eu sei que isso é difícil de ouvir, mas se tudo que você pode fazer é listar um monte de defeitos que você não tem, então se afaste do paciente. Há um cara inteligente e bonito com uma carreira promissora pronto para operar.
Isso quebra o seu coração? Ok! e agora? Você vai ficar se lamentando ou irá aprender como fazer a cirurgia? É por sua conta, mas não reclame sobre como as garotas se apaixonam por idiotas. Elas se apaixonam por aqueles idiotas porque aqueles idiotas tem outras coisas que podem oferecer. “Mas eu sou um bom ouvinte”. Você é? Mas só porque você está disposto a ficar quietinho sentado em troca de ter a chance de estar perto de uma garota linda? Bem, adivinhe só, há outro cara na vida dela que também sabe fazer isso.
Ele também sabe tocar guitarra! Dizer que você é um cara legal é como um restaurante em que a única especialidade é que a comida não o deixe doente. Você é como um filme novo que o título é “Esse Filme é legendado”, e o subtítulo é “Os atores estão bem visíveis”.
Eu acho que é por isso que você pode ser um “cara legal” e ainda assim se sentir mal consigo mesmo. Especificamente…
3. Você se odeia porque você não faz nada
“Então agora você está dizendo que eu deveria ler um livro sobre como pegar mulher?”
Somente se o primeiro passo do livro é “Comece a se tornar o tipo de pessoa que as garotas querem estar perto.”
Porque essa é a lição que as pessoas pulam — é sempre “Como eu arrumo um emprego?” ao invés de “Como eu me torno o tipo de pessoa que o mercado quer?” ou “Como eu faço mulheres bonitas gostarem de mim?” ao invés de “Como eu me torno o tipo de pessoa da qual as mulheres gostam?”. Pois é, porque essa segunda lição pode muito bem te obrigar a largar muitos dos seus hobbies favoritos e a prestar mais atenção na sua aparência — vai saber. Vai que você tenha que mudar até sua personalidade.
“Mas por que não consigo achar alguém que gosta de mim só pelo o que eu sou?” você se pergunta. A resposta é que humanos precisam de coisas. O baleado tá lá sangrando, e tudo o que você faz é olhar pra baixo e reclamar que as feridas não se fecham sozinhas?
“Mas eu não sou bom em nada!”
Bem, tenho boas notícias: com algumas horas de repetição você pode ficar um pouco bom em qualquer coisa. Eu era o pior escritor do planeta quando era adolescente. Eu só fiquei um pouco melhor com 25 anos. Mas enquanto estava falhando miseravelmente na minha carreira, eu escrevia no meu tempo livre, por oito anos seguidos, um artigo por semana, antes que eu ganhasse dinheiro de verdade com isso. Levou 13 longos anos para eu me tornar bom o suficiente para entrar na lista de best-sellers do New York Times. Precisei de, provavelmente, 20.000 horas de prática para tirar algo que preste.
Não gosta da perspectiva de gastar todo esse tempo em aprender uma habilidade? Bem, eu tenho uma boa e má notícia. A boa notícia é que o simples ato de praticar irá ajudá-lo a sair de sua casca: eu passei por anos de tedioso trabalho de escritório porque eu sabia que estava aprendendo uma habilidade única apesar de tudo. As pessoas desistem porque leva muito tempo para ver os resultados, porque elas não entendem que o processo é o resultado.
A má notícia é que você não tem escolha. Se você quer trabalhar aqui, venda.
Porque, na minha opinião de não-expert, você não se odeia porque você tem baixa auto-estima ou porque outras pessoas são más com você. Você se odeia porque não faz nada. Nem você mesmo consegue “amar você por você“. Esse é o motivo de você ser infeliz e me mandar mensagens perguntando o que você deve fazer com a sua vida.
Faça as contas: Quanto de seu tempo é gasto em consumir as coisas que outras pessoas fizeram (TV, música, videogames, sites) contra as feitas por você? Somente um desses dois adiciona valor a você como ser humano.
E se você odeia ouvir isso e responde com algo que você ouviu quando era criança, tipo: “O que importa é o que está por dentro!” então eu só posso dizer…
2. O que você é por dentro só importa se você fizer na prática
Estando no ramo que estou, conheço dúzias de aspirantes a escritores. Eles acham que são escritores, eles se apresentam como escritores nas festas, eles sabem que, no fundo, eles são escritores de coração. A única coisa que falta é um pequeno detalhe: escrever alguma porcaria de verdade.
Mas isso realmente importa? Escrever coisas? É mesmo tão importante quando se decide quem é ou não é realmente um “escritor”?
Pelo amor de deus, sim. Eu conheci “escritores” que escreveram menos que uma mulher fazendo a lista do supermercado.
E olha, tem uma defesa comum contra tudo que eu disse até agora. E contra qualquer voz crítica em sua vida. É aquilo que seu ego está dizendo a você com o objetivo de evitar que você tenha o trabalho duro de mudar: “Eu sei que sou uma boa pessoa por dentro”. Também pode ser visto como “Eu sei quem eu sou” ou “Eu só tenho que ser eu“.
Não me leve a mal. Quem você é por dentro é tudo – o cara que construiu uma casa para sua família do nada fez isso por causa do que ele era por dentro. Toda coisa ruim que você já tenha feito começou com um impulso ruim, algum pensamento ricocheteando dentro de seu crânio até que você teve que agir. E toda coisa boa que você tenha feito passou pelo mesmo processo – “quem você é por dentro” é a metáfora da terra de onde nascem os seus frutos.
Mas eis aqui o que muitos precisam saber e muitos de vocês não aceitam:
“Você” não é nada além do fruto.
Ninguém se importa com o seu solo. “Quem você é por dentro” não tem importância além do que é produzido para outras pessoas.
Por dentro você tem uma grande compaixão por pessoas pobres. Legal! E o que você faz a respeito? Ou você é do tipo que ouviu alguma tragédia terrível na região e diz: “Nossa, tadinha dessas crianças. Vou mandar boas energias para elas”. O que isso vai mudar na vida delas? Descubra o que elas precisam e as ajude a conseguir! Pensamento sem ação é uma ideia que não nasceu para o mundo! Cem milhões de pessoas assistiram o vídeo do Kony e quase todas elas mantiveram as pobres crianças africanas “em seus pensamentos”.
O que o poder coletivo daqueles bons pensamentos resultou? Porra nenhuma! Crianças morrem todos os dias por causa de milhões de nós que dizem a si mesmos que se preocupar é tão bom quanto fazer. É um mecanismo interno controlado pela parte preguiçosa de nosso cérebro que mantém você longe de realmente fazer algo.
Quantos de vocês estão andando por aí agora dizendo, “Ela/ele me amaria se ela/ele conhecesse a pessoa interessante que sou!“. Você está falando sério? Como todos os seus interessantes pensamentos e ideias se manifestam no mundo? O que eles fizeram você fazer? Se a garota dos seus sonhos tivesse uma câmera escondida que seguisse você por um mês, ela ficaria impressionada com o que ia ver? Lembre-se, ela não pode ler a sua mente: somente pode observar! Ela gostaria de se tornar parte da sua vida?
Porque o que estou pedindo que você faça é aplicar o mesmo procedimento que você próprio aplica a todos os outros. Você não tem aquele amigo cristão chato que a única ajuda que oferece aos outros é “orar por eles”? Isto não o deixa louco? Nem estou discutindo se a oração funciona ou não. Não muda o fato que eles escolheram um tipo de ajuda que não requer que tirem a bunda do sofá.
Eles se abstém de qualquer vício, eles pensam em coisas boas, mantém a terra deles o mais pura possível, mas quais frutos saem dali? E eles devem saber disso mais do que ninguém — peguei a metáfora dos frutos da bíblia. Jesus disse algo do tipo: “uma árvore é julgada pelos seus frutos” várias, várias e várias vezes. Cansou de dizer! Jesus nunca disse: “se você quer trabalhar aqui, venda“. Não, ele disse, “toda árvore que não gera bons frutos é cortada e jogada na fogueira!”.
“E então um búfalo irá olhar profundamente para a sua alma enquanto come grama e peida suavemente”
As pessoas não reagiram bem ao dizer isso, assim como os vendedores não reagiram bem ao Alec Baldwin os dizendo que eles precisam ter colhões ou se limitar a engraxar seu sapato. O que nos leva ao ponto final…
1. Tudo dentro de você lutará contra a mudança
A mente humana é um milagre, e você nunca a verá entrando tão belamente em ação como quando ela luta contra evidências de que é preciso mudar. Sua psique é equipada com camadas e mais camadas de mecanismos de defesa projetados para acabar com qualquer coisa que possa tirar as coisas exatamente de onde estão, pergunte a qualquer viciado como é.
Então agora, alguns de vocês ao lerem isso estão sentindo seus cérebros bombardeando argumentos pré-formulados para rejeitar esse texto. Por experiência própria, posso dizer que isso virá na forma de…
Interpretar intencionalmente qualquer crítica como um insulto:
“Quem é ele para me chamar de preguiçoso e imprestável! Uma boa pessoa nunca falaria comigo desse jeito! Ele escreveu tudo isso somente para se sentir superior a mim e fazer eu me sentir mal sobre a minha vida! Eu mesmo irei pensar em um bom insulto para chegar no mesmo nível dele!”
Focar no mensageiro para evitar ouvir a mensagem:
”Quem é ESSE CARA para ME dizer como devo viver? Oh, como se ele fosse tão bom e foda! É somente um escritor idiota na internet! Eu vou desenterrar algo sobre ele para ter certeza que ele é um estúpido, e que tudo que ele está dizendo é estúpido! Esse cara é tão pretensioso, me faz vomitar!”
“Quando você chegar onde eu estou na vida, sinta-se livre para me dar conselhos! Até lá, você não é nada além de carne e palpites”.
Focar no tom para evitar ouvir o conteúdo:
”Eu vou procurar por aqui até que ache uma piada que é ofensiva quando tirada do contexto, e então só falar e pensar sobre isso! Eu ouvi que uma única palavra ofensiva pode render um livro inteiro à nada!”
Revisar sua própria história:
“As coisas não são tão ruins! Eu sei que tentei me suicidar mês passado, mas estou me sentindo melhor agora! É totalmente possível que se eu continuar fazendo exatamente o que estou fazendo, eventualmente as coisas irão dar certo! Eu terei minha grande chance, e se continuar fazendo favores para aquela garota linda, eventualmente ela dará mole pra mim!”.
Fingir que qualquer mudança seria de alguma forma vender o seu verdadeiro eu:
”Então eu acho que devo me livrar de todas as minhas revistas em quadrinho, malhar na academia seis horas por dia e ter um bronzeado artificial igual aqueles babacas? Porque ESSA É A ÚNICA OPÇÃO POSSÍVEL.”
E por aí vai. Lembre-se: a infelicidade é confortável. Por isso muitas pessoas preferem isso. A felicidade requer esforço. E também requer coragem. É incrivelmente reconfortante saber que enquanto você não cria nada em sua vida, então ninguém pode criticar a sua criação.
É muito mais fácil só ficar sentado no sofá e criticar as criações de outras pessoas. Esse filme é estúpido. Essas crianças são umas pirralhas. O relacionamento daquele casal é uma zona. Aquele cara rico é ganancioso. Esse restaurante não presta. Esse escritor na internet é um babaca. Veja, eu criei algo.
Espera aí, eu esqueci de mencionar essa parte? Pois é, na hora que você tentar construir ou criar alguma coisa – seja um poema, ou uma nova habilidade, ou um novo relacionamento – você ficará rodeado de pessoas que não criaram isso e vão te criticar. Talvez não na sua frente, mas irão fazer isso! Seus amigos bêbados não querem que você fique sóbrio. Seus amigos gordos não querem que você comece uma dieta. Seu amigo desempregado não quer que você arrume um.
Mas lembre-se, eles estão somente expressando seus próprios medos. Afinal, destruir o trabalho de alguém é outra desculpa para não fazer nada. “Por que eu devo criar algo se as coisas que os outros criam é um lixo?” “Eu poderia estar com o meu livro pronto hoje, mas vou esperar uma ideia boa. Não quero escrever o próximo Crepúsculo”. Enquanto eles não produzirem nada, o trabalho deles será sempre perfeito e acima das críticas. Ou então, se produzirem algo, vão fazer questão de que seja irônico. Farão algo intencionalmente ruim para deixar claro para todos que não foi com seu verdadeiro esforço. Seu esforço verdadeiro teria resultado em algo espetacular. Não como a merda que você fez.
Leia os comentários dos nossos artigos – quando eles são desagradáveis, é sempre do mesmo tipo: “Quem é você para dizer isso? Por que não para de fazer esses posts? Isso é hipocrisia! Pare de generalizar, isso é diferente do que eu teria feito e a atenção que você está recebendo está fazendo eu me sentir mal comigo mesmo?!” entre outros.
Não seja essa pessoa. Se você é essa pessoa, não seja essa pessoa nunca mais! Isso é o que faz as pessoas odiarem você. Isso é o que faz você odiar a si mesmo.
Vai fazer o quê com isso aí? Caçar bruxas ou começar uma Olimpíada?
Então vamos combinar assim: um ano a partir de hoje (a data que você está lendo esse artigo). Enquanto os outros te falam “Vamos fazer uma promessa de ano-novo de perder 8kg!” eu te peço pra assumir um compromisso de fazer qualquer coisa — agregar qualquer habilidade, qualquer melhora na sua bagagem como ser humano. Ficar bom o suficiente para impressionar os outros em alguma coisa. Sei lá o que você vai escolher. Faça uma aula de luta, dança de salão ou artesanato. Aprenda a fazer bolos. Faz um galinheiro. O jeito certo de fazer massagem. Aprende a programar. Grava um filme pornô. Vira um super-herói para combater o crime. Enfim, comece a fazer algo!
Mas o lance é o seguinte, não foque em algo grande que você quer para a sua vida. Como por exemplo: “vou arrumar uma namorada”, “vou ganhar muito dinheiro”. Quero apenas que você se concentre em conseguir uma habilidade nova que te faça um pouquinho mais interessante e útil para outras pessoas do que é hoje.
“Eu não tenho dinheiro para fazer uma aula de culinária”. Você tem acesso à Internet, não tem? Então digite no google “como cozinhar”. E estará lá várias lições para você aprender, está mais fácil do que nunca. Porra, você tem que parar com essas desculpas ou elas irão acabar com você!
Até breve,
William Diniz
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